García Márquez - Páscoa: a
redenção do simbólico
A América Latina perde em
vida seu mais proeminente intérprete de sua tradição e de sua cultura andina. Márquez
pode sintetizar do seio dessa cultura os meandros simbólicos que a razão
europeia nunca soube explicar, mas que lhe fora imperiosamente acolhedora a
ponto de conceder-lhe um Nobel de Literatura.
Assim como Jorge Amado, Vargas Llosa,
Pablo Neruda e Graciliano Ramos além doutros, ele esmerou-se significativamente
em relatar o mistério do sagrado da existência partindo mito e entregando no
colo da alma latina o verdadeiro filho ameríndio, mesmo pós-colonizado.
A benção García Márquez,
que sua passagem redima a todos os latino-americanos e nos conduza à grande
síntese.