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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Maria Madalena, mãe da alteridade



Giorgione (1477-1510) – Melancholia (Maria Madalena)

Dia 22 de julho se celebra o dia de Maria Madalena,

Essa mulher acusada de prostituta sem nunca ter sido; de amante e esposa do Cristo sem nenhuma prova histórica, exceto na ficção do código da Vinci; de ter sido obrigada a exilar-se no sul da França na caverna de Saint Baume até sua morte; de ter sido a primeira pessoa a ver o Cristo ressuscitado; de ter podido estar ao lado Daquele homem, filho do Deus de Abraão, Isaac e Jacó; de ter escutado a transmissão da boa nova da boca do Messias; de ter estado ao lado do mistério do mistério do Sagrado sem poder expressar o que sentira e o que vislumbrara do supra inefável. Essa face feminina de Deus, como a do mito de Ísis e de Eurídice e como a Sofia Grega representada em Pitágoras e Parmênides, Maria Madalena, a partir dos escritos do Mar Morto (encontrados no século passado por um pastor em uma gruta) escrevera o verdadeiro e autêntico Evangelho de Jesus Cristo.

 Reconstituição do rosto de Maria Madalena a partir de um suposto crânio encontrado próximo de Marselha em França por um cientista brasileiro.

Quisera poder ler, contemplar, meditar e refletir esse tesouro milenar desses escritos do Mar Morte, enquanto isso não é possível, contento-me com a audácia, a astúcia e a sabedoria de Maria Madalena que experimentara em sua carne a indiferença dos judeus, dos gentios, dos hebreus e de todos os moralistas judaico-cristãos até nossos dias, estereotípica da pecadora, simplesmente porque era (a) o Outro (a).
Rogai por todos os Outros da América Latina junto com N. S. de Guadalupe.
Sua benção,